Oi, gente! Tudo certo?
Como já
disse anteriormente, eu comprei o Box da série A Maldição do Tigre em Novembro,
apesar de ser uma série que há muito tempo eu queria comprar e só estava
esperando baixar o preço.
Li em
Dezembro e terminei rapidinho. Afinal, são 286 páginas em edição econômica pela
Editora Arqueiro. O livro foi escrito por Colleen Houck em 2011. A tradução é
da Raquel Zampil.
Um total
mergulho na cultura e mitologia indiana que eu nunca tive contato, mas sempre
achei fascinante. E fiquei muito curiosa, pois quero pesquisar direito sobre a
mitologia deles a questão entre os hindus e os budistas... Eu sei que eu ouvi sobre
as duas na escola quando estudei sobre religiões, mas não lembro os preceitos.
Só sei que os budistas creem em Buda (dã!) e os hindus na mitologia. Detalhe para a linda capa com
lindos arabescos indianos e os penetrantes olhos azuis do Ren.
P.S.: Cuidado com os Spoilers! Mais
uma vez contarei a história e colocarei observações.
Kelsey
Hayes é uma garota do Oregon de quase dezoito anos que acabou de ser formar e
está em busca de algum emprego temporário para que ajude a pagar sua faculdade
comunitária. Ela mora com Sarah e Michael Neilson, seus tutores, e seus filhos
Rebecca de 6 anos e Samuel de 4 anos desde o falecimento dos seus pais. Madison
Hayes, uma enfermeira de idosos, e Joshua Hayes, um professor de matemática,
morreram num acidente de carro quando Kelsey estava no 1° ano do colegial.
Kelsey
arruma um emprego no Circo Maurízio, que estava de passagem na cidade, para
cuidar de animais e outras tarefas. Lá ela conhece Cathleen e Matt que se
tornam seus colegas durante sua estadia no circo. O Sr Davis, o pai de Matt, é
o domador dos animais. Ele cuida dos cachorros do circo e de um magnífico tigre
de bengala branco de olhos azuis chamado Dhiren. Kelsey se sente atraída pelo
tigre e começa a passar muito tempo ao seu lado, cuidando, lendo histórias e
poemas, conversando, a ponto de desejar que o animal fosse livre.
Alguns
dias depois, um indiano chamado Anik Kadam aparece no circo interessado em
comprar o tigre e pede que devido a relação de Kelsey com o tigre, ela o
acompanhe para cuidar de Ren durante a viagem até a o Santuário da Vida
Selvagem no Parque Nacional Ranthambore, em Mumbai, que é um santuário para
tigres. Kelsey que fazia dezoito anos naquele dia, recebe a autorização para
viajar dos seus tutores, que só a liberam depois de conhecer o Sr Kadam, e
aceita a proposta. Desse modo, ela embarca com Dhiren, o Sr. Kadam e a
comissária Nilima no avião de carga “Tigre Voador” rumo a Índia.
Opa!
Parou tudo! Desde quando uma pessoa vai até a Índia para cuidar de um tigre?
Ainda mais a Kelsey que não era nada, nem veterinária, nem sei lá o que. Se ela
pelo menos estivesse cursando veterinária na faculdade, aí teria sentido, caso
contrário, não. Não sei como ela não teve semancol, não pensou que a história
tava muito mal contada. É doida... rs Mas eu gosto do Sr Kadam! Toda vez que o
imagino penso no ator que fez o Capitão Nemo em A Liga Extraordinária.
Chegando
em Mumbai, Kelsey segue num caminhão para o Santuário com o motorista e o tigre
Ren. Porém ao fazerem uma parada para comer, Kelsey percebe que o motorista
sumiu e o tigre está solto. Com medo de fazer alguma coisa que aborreça o
tigre, Kelsey segue o animal mata adentro. Eles passam uns dias na mata até que
eles chegam num casebre, lá acontece algo extraordinário: o tigre se transforma
num homem.
Conta
a lenda que o príncipe indiano Alagan Dhiren Rajaram, um homem muito honesto e
corajoso além de próximo rei do Reino de Mujulaain, estava prometido em
casamento para a filha do rei de um reino vizinho, Yesubai, afim de unirem os
reinos e acabarem com as guerras entre eles. Porém enquanto estava fora numa
batalha, o irmão mais novo de Dhiren, Sohan Kishan, se apaixonou por Yesubai.
Para poder ter a mulher amada, Kishan faz um pacto com Lokesh, um homem poderoso,
no qual, Dhiren seria aprisionado. Dhiren foi preso, arrastado pelas ruas por
um camelo e desmembrado. Acontece que a história é verdadeira, mas o final não
foi o mesmo. Dhiren foi transformado num tigre e agora precisa da ajuda de
Kelsey para se livrar da maldição.
Eu falo que tem coisa que só
acontece em livro mesmo. Rs Capaz que eu ia me embrenhar na mata atrás do
tigre. Eu ia deixar ele ir sozinho e arrumava um telefone pra ligar pro Sr
Kadam e falar: “Ô, o tigre fugiu e eu não tive culpa!” :X E outra! Eu não ia
ficar sozinha com um tigre e um motorista que não fala a minha língua! Eu
falaria pro Sr Kadam: “Ou o senhor vem comigo ou eu não vou não!” rs
Na
cabana eles encontram Phet, um ermitão e uma espécie de sacerdote da Deusa
Durga. Durga, a Invencível, é a mãe de vários deuses indianos e protetora dos
tigres. É representada com vários braços com uma arma em cada um e seu tigre,
Damon, aos seus pés. Phet lhe conta que Durga ajudará a Dhiren a se tornar
humano permanentemente e que Kelsey é a protegida de Durga conforme a descrição
dada por ela, uma menina sozinha e de cabelos castanhos, e lhe faz desenhos na
mão. Phet diz também que eles devem ir até a Caverna Kanheri junto com o selo
do Império Mujulaain e localizar a Profecia de Durga.
Kelsey
e Ren tomam um carro e vão até a mansão de Ren que é cuidada pelo Sr Kadam.
Transformado em humano novamente, Ren e o Sr Kadam dão algumas explicações para
Kelsey. Ren nasceu em 1657 e depois de
transformado em tigre ele acabou sendo capturado e passado de dono em dono até
o Circo Maurízio, pois um tigre branco é muito visado e não consegue se
camuflar na mata. Ele só pode permanecer
como humano por 24 minutos por dia, apesar de não ter restrição do número de
vezes que ele se transforma, o tempo total não pode ultrapassar os 24 minutos. O
Sr Kadam, general do reino de Mujulaain, só está vivo até hoje graças ao
Amuleto de Damon, um objeto poderoso que o impede de morrer de velhice, mas não
de ser ferido. O Sr Kadam tem um pedaço amuleto que era de Ren, mas existem
outros pedaços. O Sr Kadam conhece apenas os pedaços de Kishan e Ren que receberam de seus pais. O Sr
Kadam vem cuidando de Ren desde sua transformação, mas nunca conseguia uma
forma de livrá-lo do cativeiro, algo sempre impedia. Depois que Kelsey desejou
que Ren fosse livre, ele conseguiu, depois de séculos, se transformar em humano
e chamar o Sr Kadam para buscá-lo.
Ô,
casinha delícia! Kkkk Ai, ai, ai... porque todo cara tem que ser lindo e podre
de rico? Ainda mais um príncipe! Eita, sonho de consumo! kkk Uma mansão
maravilhosa, com piscina e roupas novas para mim. Eu pediria um tempo pra
relaxar antes de mais nada.
No
dia seguinte, Kelsey e Ren vão até a Caverna Kanheri que fica ao norte de
Mumbai no Parque Nacional de Borivali, também chamado de Sanjay Gandhi. Na
caverna eles encontram uma passagem secreta com o Selo Imperial que os leva a
um labirinto. Depois de passarem por besouros, lanças venenosas e quase de
afogarem, Kelsey e Ren encontram o monólito com a Profecia de Durga. Kelsey tira
foto de todos os lados e ambos fogem antes que um ácido os atinja. De volta a
mansão, o Sr. Kadam traduz um dos lados do monólito: eles devem ir a Kishkindha,
a cidade dos macacos, e encontrar o Fruto dourado que é capaz de acabar com a
fome na Índia.
Os
três partem rumo a Hampi, onde as ruínas de Kishkindha estão, mas Ren faz uma
parada antes de seguirem, pois quer falar com uma pessoa. Ren e Kelsey param
numa cachoeira e Ren lhe conta que Kishan, seu irmão, também foi transformado
em tigre e que vive nas redondezas. Eles montam acampamento até que um tigre
negro de olhos amarelos aparece e luta contra Ren: é Kishan. Ele se transforma
em humano e Kelsey lhe conta que estão indo quebrar a maldição, mas ela não
consegue convencê-lo a ir junto. Kishan aconselha que Ren cace antes de ir na
viagem pois está muito fraco. Enquanto Ren vai caçar, Kishan fica cuidando de
Kelsey, mas devido a demora ele vai atrás de Ren ajudá-lo. No dia seguinte, Ren
e Kelsey vão embora, mas Kishan os intercepta e dá para Kelsey seu pedaço do Amuleto
de Damon para protegê-la. Kelsey fica decepcionada por não conseguir convencer
Kishan, mas o Sr Kadam diz que o objetivo não era levar Kishan junto, mas que
ele desse seu amuleto para ela. No caminho para Hampi, Kelsey e Ren param no Templo
de Durga. Ao fazerem uma oferenda para a deusa, a estátua Durga toma vida. Ela
concede uma benção a Kelsey, lhe dá uma gada, Fanidra, uma serpente que se
transformou num bracelete e um conselho: se eles se separarem devem confiar no
coração e não nos olhos.
Ô, menina
burra essa Kelsey! Tá doida?! O cara fala que quer te beijar e você dá um toco
no cara falando que isso não é jeito de tomar iniciativa? Faça-me o favor! Kkk
Dou total razão a indiferença do Ren depois. Desse jeito deixava mais do que óbvio
que ela não ia quere nada com ele. E
temos aqui uma semelhança a la Vampire Diaries! Irmãos amaldiçoados, ambos
lindos, um príncipe encantado e outro badboy que ficam afim da mocinha....
hum.... onde já vi isso? Vai dar merda.... Kkkk
Mas finalmente o tão esperado beijo sai quando eles se hospedam no
hotel! Eba! Tão bonitinho o Ren pulando no dia seguinte que nem um filhotinho,
lambendo a mão dela... Fofo! Não faz mais burrice, não, Kelsey!
Ao
chegarem em Hampi, Kelsey e o Sr Kadam procuram entre os pontos turístico
históricos uma possível entrada para a Kishkindha. Visto que a Profecia dizia
que “as cobras mostrariam o caminho”, Kelsey acredita que a estátua de Ugra
Narashimha seja a entrada e decide voltar mais tarde com Ren. Ugra Narashimha
foi um ser meio homem e meio leão e que possuía uma serpente com sete cabeças.
Ele matou um demônio que não poderia ser morto nem de dia e nem de noite, nem
na terra e nem no céu, nem dentro e nem fora, nem por homem nem por animal.
Sendo assim, o demônio foi morto no crepúsculo, embaixo de uma porta, no colo
de Ugra e com suas garras de leão. Kelsey e Ren tentam fazer oferendas e até
reproduzir o ataque conforme a lenda, mas nada adiantou. Apenas Fanidra, de
volta a vida, foi capaz de abrir.
Eles
passam por uma floresta com árvores cheias de agulhas, por túneis cheios de
vozes e imagens que os confundem e por um rio cheio de kappas, macacos aquáticos
que sugam o sangue. Ali embaixo Ren consegue se manter na forma humana por mais
que 24 minutos. Ao chegarem a Kishkindha, eles chegam a um tanque com quatro
pedestais com um tipo de macaco em cada um. Eles escolhem o babuíno, pois
Hanuman, o rei dos macacos, se parece com um babuíno. Daí, toda a água do
tanque é substituída por uma árvore que vai brotando até aparecer em seu topo
um fruto dourado: uma manga. Kelsey sobe para pegar o fruto, mas ao pegá-lo ela
vê a imagem do Sr Kadam e de outro homem. Ren e Kelsey saem correndo da cidade,
pois todas as estátuas de macacos tomam vida e os perseguem. Quando eles param
para descansar, os kappas saem da água e os perseguem. Ren se separa de Kelsey
para servir de isca, mas não adianta, um kappa acaba mordendo Kelsey no
pescoço. Fanidra acaba por tomar vida de novo e retira todo o veneno de Kelsey.
Ai, essa
menina tem problema! Não pode ser! Por que raios vai se separar do Ren? Sei,
toda aquela história dele ser preso a ela por ser sua salvadora e a única
pessoa moderna que ele conhece, eu entendi. Mas é simples: pensa, absorve,
digere e continua. Tivesse em mente isso e se jogasse, aproveitasse o tempo que
tivesse com ele. Afinal, primeiro amor é primeiro amor... ele é intenso e
mágico e por pior que seja e por pior que termine, ele sempre ficará na
memória. Ou melhor ainda! Contasse para o Ren o que estava acontecendo, o que
estava sentido e não simplesmente se afastar e maltratá-lo. O Ren é tão doce,
tão carinhoso, preocupado, em suma, um verdadeiro príncipe! Não merecia ser
tratado da forma que foi.
Apesar de
tudo e das brigas, eu gostei desse estágio da relação deles (não os fatores que
culminaram nele). Mostrou os dois como um casal normal, que briga, que tem
problemas, que o mocinho também fica bravo e que briga com a mocinha, mas sem
deixar de cuidar dela, etc e tal. Mas não aquela versão utópica a la Crepúsculo
que o mocinho é tão bom e compreensível que chega a ser um trouxa.
Referente
a confusão entre a relação Ren homem X Ren animal, eu até entendo. A Kelsey
como uma menina que nunca teve nenhum relacionamento e que se fechou no seu
mundinho depois da morte dos pais, é muito mais confortável estar com um tigre,
quase um bichinho de estimação, num monólogo do que com um cara do sexo oposto
discutindo com você. Ter a presença do homem, do príncipe Dhiren, guerreiro
ancestral, líder de um povo... *suspiro* até eu tremo na base! kkk
Kelsey
e Ren voltam a superfície, ele já como tigre, e encontram o Sr Kadam. Apesar de
passarem dias embaixo da terra, na superfície só se passou uma noite. Kelsey e
o Sr Kadam passam o dia seguinte num hotel, mas quando ela vai jantar Ren está
lá. Ele conta que ao recuperarem o fruto, uma parte da maldição acabou: agora
ele pode passar até 6 horas como humano.
De
volta a mansão Kelsey está confusa com seus sentimentos e quer partir. Antes de
ir, Kishan aparece na mansão e a convida para sair para comemorar. Vão apenas o
Sr Kadam, Kishan e Kelsey, mas Ren aparece na última hora. Ele diz entender a
confusão de Kelsey, mas pede que ela fique. No dia seguinte, enquanto Kelsey
toma um carro em direção ao aeroporto, ela ouvi um rugido de lamento ecoar
enquanto ela se afasta da mansão.
E para
evitar ter que enfrentar seus problemas e seus sentimentos, o que ela faz?
Foge! É cabeçuda mesmo... não vai ter que voltar para terminar de livrar os
irmãos da maldição? Então, enfrentasse seus problemas, fia! Agisse como mulher,
oras! Rs Tudo bem, tudo bem... ela teria que voltar menos para não deixar os
tutores preocupados, mas eu deixaria as coisas tudo as claras antes de ir
embora pra depois não ficar importunando minha cabeça. Mas aí não teria assuntos
inacabados para a continuação, né?
E me diga
o porquê, por que sempre tem que dar bola pros dois? Vai querer ser mais uma
vagabunda como a Elena do Vampire Diaries, Kelsey? Se toca! São irmãos! Não
caia na lábia sedutora, egocêntrica e badboy do Kishan. Seu verdadeiro amor é o
Ren que eu sei! Kkk Ele é tão maravilhoso que entendeu a sua estratégia e mesmo
assim continuou a ignorar suas patadas e ficou agindo como um gentleman. rs
Também gostaria de comentar a parte em que a
Kelsey fala sobre os seus livros favoritos. Só literatura inglesa! E eu fique
deliciada quando ela comenta seus personagens de livro e eu reconheço 90% deles.
Menos um tal de Yuri... mas vou descobrir quem é esse cabra! Rs
Apenas
dois detalhes negativos.
Primeiro.
Achei as ações muito rápidas: falei, andei, comi. Talvez por estar tão
acostumada com livros superdescritivos, eu tenha sentido essa defasagem na
Maldição do Tigre, essa falta de descrição das ações: andei vagarosamente,
parei devagar, ponderei calmamente, etc. Mas apenas nas ações! As descrições de
pessoas e lugares estavam ótimas. Segundo. Os dois irmãos mesclam palavras
“indianas” (não me lembro que língua falam na Índia... kkk... *vergonha*)
enquanto falam com Kelsey, mas são poucas aquelas que são traduzidas, que os
personagens dizem o que significam. Não sei se nesse caso seria um problema da
autora ou do tradutor que poderia ter posto umas notas de rodapé (apesar de eu
odiá-las!) ou um glossário no final e até um glossário de pronúncia como em
Eragon, pois tem palavras que eu não faço a mínima ideia de como se pronunciam.
Enfim,
uma delícia de livro e começo de saga! Cativante, romântica, inspiradora e um
quê de A Lenda do Tesouro Perdido por abordar profecias, enigmas e passagens
secretas por marcos turísticos e históricos.
Olha a
ansiedade para o Resgate do Tigre! Kkk
Até mais!
Bites! :F